Blog Do Bem

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Cruzeiro: 27 rodadas na liderança

Segundo post do site Superesportes, o Cruzeiro conquistou o título de campeão brasileiro de 2013 com a maior antecedência da história dos pontos corridos, repetindo feito alcançado pelo São Paulo. O Cruzeiro esteve na ponta da tabela em mais da metade da competição. Quando o Brasileirão for encerrado, em 8 de dezembro, o time celeste terá acumulado 27 rodadas na liderança: 71% das 38 rodadas. Para registro histórico, a campanha vitoriosa foi iniciada no momento em que a torcida demonstrou apoio após a perda casual de um título estadual.

Derrotado na final do Campeonato Mineiro pelo arquirrival Atlético, por causa de apenas um jogo no campinho do Independência, o Cruzeiro não chegou ao Brasileirão abalado. O triunfo no segundo jogo da decisão do Estadual, por 2 a 1, não foi suficiente para garantir o título, já que houve derrota por 3 a 0 na ida com torcida única do adversário, mas alimentou as esperanças de uma boa campanha no restante da temporada. Em reconhecimento ao empenho dos jogadores, a torcida aplaudiu a equipe e cantou o hino do clube no Mineirão. Abraçado pelos torcedores, o time comandado por Marcelo Oliveira iniciou o Campeonato Brasileiro com goleada por 5 a 0 sobre o Goiás, no Independência — até agora a maior do Campeonato.




Impedido de utilizar o Mineirão nas primeiras rodadas, já que o Estádio estava sob comando da Fifa para a Copa das Confederações, o Cruzeiro disputou também dois jogos na Arena do Jacaré, onde venceu o Corinthians e empatou com o Internacional. Como havia empatado com o Atlético-PR, em jogo marcado pelo gramado ruim da Vila do Boqueirão, e sido derrotado pelo Botafogo, em Volta Redonda, o Cruzeiro chegou à paralisação para a Copa das Confederações na quinta colocação, a três pontos do então líder Coritiba.

Na volta ao Brasileirão, depois de intertemporada nos Estados Unidos, o Cruzeiro emplacou sequência de quatro jogos sem derrotas. Nesse período, a equipe encerrou jejum de 17 jogos contra o São Paulo, ao golear por 3 a 0 no Morumbi, com hat-trick de Luan. A série positiva levou o time ao topo da tabela. A liderança foi alcançada na nona rodada com goleada sobre o Atlético, por 4 a 1.
Nas seis rodadas seguintes, o Cruzeiro se revezou na primeira colocação com o Botafogo. A liderança foi consolidada na 16ª jornada, quando houve a vitória sobre a Ponte Preta, por 2 a 0, em Campinas. Desde então, o time celeste sempre se manteve como líder. Ao fim do primeiro turno, os comandados tinham quatro pontos de vantagem sobre o Botafogo. Estimava-se que seria campeão com 73 pontos: dito e feito, alcançou já 74!

A possibilidade do tricampeonato brasileiro se consolidou com triunfo em confronto direto com a equipe carioca na 22ª rodada. Com golaço de Nilton e outros dois de Júlio Baptista, o Cruzeiro derrotou o Botafogo por 3 a 0 e acumulou oito vitórias consecutivas. “O momento de embalar com sete, oito vitórias consecutivas demonstrou que o time estava formado e consolidou a confiança de todos”, analisou o técnico Marcelo Oliveira.

Nem mesmo uma sequência negativa, entre a 27ª e a 30ª rodadas, com três derrotas em quatro jogos, abalou a confiança da torcida cruzeirense no tricampeonato brasileiro. Beneficiado por tropeços dos concorrentes, o Cruzeiro viu a vantagem cair apenas dois pontos nessa fase, de 11 para nove.
Com vitória sobre o Santos, por 1 a 0, na Vila Belmiro, o time celeste chegou à partida contra o Grêmio, no Mineirão, com a possibilidade de confirmar o tricampeonato nacional. Apesar da goleada sobre o Tricolor Gaúcho, por 3 a 0, o título foi adiado pelo triunfo do Atlético-PR sobre o São Paulo, pelo mesmo placar, em Curitiba. Assim, a confirmação da conquista ficou para Salvador, palco do duelo com o Vitória, onde ganhou por 3 X 1..

HISTÓRICO
Um time campeão nasce com acordos de fio de bigode e ao fio do telefone. Custa caro – cerca de R$ 40 milhões para ser montado e R$ 150 milhões para ser mantido ao longo de um ano – e demanda horas, dias ou meses de negociações e muita conversa para vencer, por exemplo, uma queda de braço com o todo-poderoso Paris Saint-Germain pelo zagueiro Dedé, para convencer o volante Nílton a desistir de um acordo apalavrado com o Internacional ou para trazer a estrela Júlio Baptista, que precisou correr para o fundo do ônibus da delegação do Málaga para que o “sim” ao futuro time não fosse ouvido pelos espanhóis. Algumas batalhas, claro, foram perdidas, como o esforço para trazer o atacante Wellington Nem (à época no Fluminense, negociação que a diretoria até hoje manteve em sigilo) ou o sonho de ver Alex de volta à Toca da Raposa. Os elementos, as datas, as contratações que deram certo ou errado são simples de enumerar. A fórmula, no entanto, não se explica.

Cruzeiro campeão brasileiro de 2013 começou a ser pensado no segundo semestre de 2012, bem antes da venda do argentino Montillo, anunciado pelo Santos em 3 de janeiro, mas que já estava sendo negociado desde setembro de 2012. Um quarto dos R$ 16 milhões da negociação foi usado para contratar o grande destaque do time nesta temporada, o armador Éverton Ribeiro, que custou R$ 4 milhões (pouco mais de seis meses depois, o Cruzeiro chegou a recusar oferta de 10 milhões de euros de um clube do Catar).

Paulista de Arujá, Éverton Ribeiro é o maestro e grande exemplo de um time que deu certo sem estrelas. Ele começou a carreira no Corinthians aos 12 anos, teve passagem pelo São Caetano, antes de voltar ao Timão em 2011 e ser negociado ao Coritiba por R$ 1,5 milhão. O camisa 17 foi apresentado no mesmo dia e à sombra de Dagoberto, um dos jogadores preferidos da torcida. De desconhecido (apesar da boa passagem pelo Coxa) se tornou protagonista, com direito a gol de placa sobre o Flamengo, no Mineirão, pela Copa do Brasil – um painel com vídeo reprisa o gol continuamente, próximo às escadas que dão acesso ao gramado do estádio –, e contra o Santos, no domingo passado, na Vila Belmiro, além de assistências não menos geniais, como o passe de calcanhar para um dos gols de Dagoberto no triunfo sobre o Criciúma por 5 a 3, no Gigante da Pampulha.

Antecipar-se ao mercado talvez tenha sido o grande acerto na formação do time campeão do Cruzeiro. Embora tenha sido anunciada um dia depois da venda de Montillo, em 4 de janeiro, a contratação de Éverton Ribeiro estava definida dois meses antes. Assim como o nome do comandante do projeto: Marcelo Oliveira, anunciado oficialmente em 4 de dezembro, mas que já estava rascunhando o seu time dos sonhos quando ainda estava no Vasco.

Desde que a atual diretoria assumiu, em 1º de janeiro de 2012, 40 jogadores foram contratados. Dos 21 anunciados no ano passado permaneceram apenas Ceará, Tinga, Borges e Martinuccio. A eles se juntaram para esta temporada outros 19, dos quais 13 estão no grupo campeão: Egídio, Bruno Rodrigo, Paulão, Dedé, Nílton, Henrique, Souza, Ricardo Goulart, Éverton Ribeiro, Dagoberto, Lucca, Luan e Willian. O último reforço, considerado a cereja do bolo, foi o armador Júlio Baptista, contratado ao Málaga em julho e apresentado dentro de um carro-forte para um Mineirão lotado, como parte da divulgação do programa de sócio-torcedor, que ultrapassou na última semana a marca de 41 mil sócios.

Gilvan de Pinho Tavares, de 72 anos, foi eleito presidente em 3 de outubro de 2011. Ele recebeu 391 votos, superando os 48 do segundo colocado, o radialista Alberto Rodrigues. De longa trajetória dentro do clube – é sócio desde os 11 anos, jogou como zagueiro nas categorias de base e ocupou diversas funções, de diretor de esportes especializados a presidente do Conselho Deliberativo –, o advogado ganhou força interna ao trabalhar no acordo do Cruzeiro com a empresa norte-americana Hicks Muse Tate and Furst, em 1999. Com experiência e confiança dos conselheiros pela participação nas reformas mais profundas do estatuto do clube, Gilvan assumiu a responsabilidade de negociar com os norte-americanos as regras do contrato que garantiu ao Cruzeiro a construção da Toca da Raposa II, o terreno onde foi erguida a sede administrativa, no Barro Preto, e a vinda de estrelas como Rincón e Sorín. Com contrato inicial de 10 anos, a Hicks Muse sairia do clube em 2002. O respeito dos conselheiros deu tranquilidade a Gilvan para driblar decisões difíceis, como a escolha de um profissional de vida ligada ao Atlético para o comando da equipe profissional.

O presidente tomou posse em 16 de dezembro de 2011, em momento conturbado, com o Cruzeiro se livrando do rebaixamento apenas na última rodada do Brasileiro, na goleada sobre o arquirrival, Atlético, por 6 a 1, em Sete Lagoas, e sob fortes críticas à reta final da gestão de 16 anos dos irmãos Alvimar de Oliveira Costa e Zezé Perrella, marcada por títulos, mas também pela venda de jogadores.
Na primeira temporada, foram 21 contratações, realizadas por dois diretores de futebol: Dimas Fonseca e Alexandre Mattos. Com o primeiro, o Cruzeiro reformulou o elenco, promovendo a saída de jogadores que participaram do vice-campeonato da Libertadores’2009, como os volantes Fabrício e Marquinhos Paraná.

“Era um momento de transição política. Zezé (Perrella, hoje senador) havia saído. Politicamente, o clube estava se ajustando”, explicou Alexandre Mattos, em entrevista ao jornal Estado de Minas. “O clube estava em dificuldade financeira, dois anos e meio sem estádio, jogando fora de Belo Horizonte, e essas coisas atrapalharam muito o andamento. Estávamos vivendo uma entressafra”, explicou o mineiro, de 37 anos. Formado em administração esportiva, Mattos teve a primeira experiência no futebol ao se oferecer para trabalhar de graça com o então presidente do América, Antônio Baltazar. Depois de quase 10 anos no Coelho, chegou ao Cruzeiro em março de 2012 e se tornou homem de confiança de Gilvan.

Depois de passagem criticada do técnico Vágner Mancini, que ficou no Cruzeiro de setembro de 2011 a maio de 2012, o gaúcho Celso Roth assumiu o time para arrumar a casa. Com elenco limitado – apenas Fábio e Montillo eram poupados das críticas –, o objetivo era não ser rebaixado. Sob o comando de Mancini, o Cruzeiro terminou o Brasileiro’2011 em 16º e perdeu o Mineiro para o Atlético. Com Roth, teve mais estabilidade e terminou a competição na nona posição, com 15 vitórias, sete empates, 16 derrotas e quase uma dúzia de volantes.

Uma derrota acachapante por 4 a 0, em 19 de agosto do ano passado, pode ser considerada o início da mudança de rumos no Cruzeiro. Naquela tarde, no Couto Pereira, em Curitiba, o time de Roth foi facilmente envolvido pelo toque de bola rápido e pela velocidade dos armadores e laterais do Coritiba, então treinado por Marcelo Oliveira. Gilvan, admirador do jogo que consagrou a Academia Celeste nas décadas de 1960 e 1970, já criticava abertamente o excesso de cabeças de áreas no grupo, mas sabia que a casa ainda não estava pronta.

O primeiro contato dele com Marcelo foi em outubro de 2012. Depois de bom trabalho no Coritiba, levando a equipe a duas decisões consecutivas da Copa do Brasil, o técnico foi anunciado no Vasco em 12 de setembro e pediu demissão em 5 de novembro, depois de seis derrotas seguidas e sem salário no bolso. “Eu o ouvi em uma entrevista na TV falando sobre os problemas do Vasco, de comandar um time em que faltava pagamento. Ele mesmo não havia recebido. Eu gostava do toque de bola do Coritiba e pensei comigo: ‘Esse vai ser o treinador do Cruzeiro’”, lembra Gilvan. “Fiz o primeiro contato. Ele, muito ético, disse que não poderia firmar compromisso, já que tinha contrato com o Vasco.”

Da saída do cruz-maltino até ser anunciado oficialmente como novo treinador celeste se passou um mês. Marcelo e a diretoria do Cruzeiro mantiveram-se em contato. Ainda sem assumir o cargo, mas já sabendo que Roth não permaneceria na Toca, o treinador avalizou ou indicou contratações que mudariam completamente a cara do Cruzeiro: Éverton Ribeiro, Diego Souza, Nílton e Dedé, que chegou em abril como a contratação mais cara da história do clube (cerca de R$ 13 milhões). “O Marcelo vislumbrou no nosso trabalho a possibilidade de dirigir um elenco que ele merecia ter na mão, pelo trabalho que tinha feito no Coritiba. Ele enxergou assim. Terminou o Brasileiro em um dia, no outro ele acertou.”

O próximo passo foi vender Montillo, que rendeu aos cofres do clube R$ 16 milhões, além do retorno do volante Henrique. “Fizemos com que o dinheiro aparecesse. A venda foi fundamental para montar esse time”, lembra Gilvan. Com ele foi possível quitar a compra de parte dos direitos de Éverton Ribeiro. Em seguida chegaram também Ricardo Goulart, Dagoberto, Bruno Rodrigo e Egídio, que desempenharam papel importantíssimo na conquista do título brasileiro, assim como jogadores que subiram da base, como Lucas Silva e Mayke.

Chegamos a atrasar alguns dias a folha de janeiro de 2012, mas enxugamos despesas da casa, descobrimos outras formas de receita, botamos o pagamento em dia. E vendemos uma ideia de credibilidade para dirigentes, empresários, que passaram a vender para a gente, acreditando que a gente iria cumprir. A seriedade com que tratamos o futebol, a credibilidade foi o que nos ajudou”, comenta o presidente.

Gilvan garante que a folha salarial atual é inferior à do elenco que quase caiu em 2011. Questionado se o custo com salários poderia girar em torno de R$ 8 milhões, o presidente afirma que os valores são bem inferiores, mas não revela números. A reportagem apurou que o custo com salários dos 33 profissionais é de cerca de R$ 5,5 milhões.

Mas não foi tudo assim tão rápido e fácil. Nem todos os jogadores cotados pela direção cruzeirense assinaram com o clube. O volante Nílton, por exemplo, estava em litígio com o Vasco e pronto para assinar com o Internacional. Além disso, o presidente não queria contratar outro volante, mas foi convencido por Mattos e Marcelo, que venceram a queda de braço para trazer o jogador, que se tornou essencial ao meio-campo, além de improvável artilheiro.
Pelo menos outros três não vieram para a Toca. O atacante Wellington Nem, até então pouco aproveitado no Fluminense, esteve perto de ser emprestado ao Cruzeiro, mas a convocação para a Seleção Brasileira e o crescimento de produção o fizeram permanecer e conquistar o título brasileiro do ano passado pelo tricolor carioca.

A ausência mais sentida pela torcida, no entanto, foi a decisão do craque Alex de regressar ao Coritiba, em vez de voltar ao clube que carregou nas costas ao título brasileiro de 2003. Cerca de 5 mil torcedores chegaram a fazer manifestação na Praça Sete, em outubro do ano passado, pedindo o retorno do armador, que já havia anunciado a saída do Fenerbahce. Por um instante, Gilvan chegou a acreditar que o camisa 10 poderia voltar. O próprio Alex ligou para o presidente informando que seu número de celular da Turquia seria desativado e informando os novos contatos no Brasil, para que continuassem conversando. Mas a decisão familiar pesou e o armador escolheu a cidade que o revelou para o futebol. Caso semelhante ocorreu no meio desta temporada com o volante Denílson, que preferiu renovar com o São Paulo para permanecer perto da família.

Autor do primeiro gol da campanha do tricampeonato nacional, Diego Souza defendeu o Cruzeiro apenas nas seis primeiras rodadas do Brasileirão. Na negociação que levou o antigo camisa 10 ao Metalist, da Ucrânia, o clube celeste recebeu Willian por empréstimo de um ano. Contrapeso naquela transferência, o atacante se tornou sensação entre os torcedores.

O bigode “cultivado” pelo camisa 41 virou um símbolo da campanha do tricampeonato. A iniciativa de Willian se transformou em mania entre os cruzeirenses, que passaram a seguir o exemplo do atacante, seja nos jogos da equipe no Mineirão ou nas redes sociais. Em alusão à campanha #FechadoComOCruzeiro, torcedores criaram em redes sociais o #FechadoComOBigode. Nas cadeiras do Gigante da Pampulha, foi comum ver cruzeirenses com bigodes. Crianças e mulheres também seguiram a mania, com adereços postiços.

Dentro de campo, o atacante também teve destaque na campanha do título. O camisa 41 (número escolhido por ser o tamanho da chuteira que calça) estreou na goleada sobre o Atlético, por 4 a 1, na nona rodada. Seis jogos depois, ele ganhou uma vaga na equipe e passou a ser opção do técnico Marcelo Oliveira para atuar pelo lado esquerdo do ataque.

A confiança do treinador foi correspondida com atuações decisivas para o título cruzeirense como contra o Goiás em Goiânia e o Victoria em Salvador. Em Novo Hamburgo-RS, Willian garantiu vitória sobre o Internacional com chute preciso no canto esquerdo do goleiro Muriel.
Sensação entre os torcedores e com boas atuações no Brasileirão, o camisa 41 está nos planos da diretoria do Cruzeiro para toda a temporada de 2014. O presidente Gilvan de Pinho Tavares já revelou a intenção de desembolsar os 4 milhões de euros pelos direitos econômicos de Willian, que está emprestado pelo Metalist até o meio do ano de 2014.

O Lucca é outro jogador que entrou no perfil de atleta que o Cruzeiro buscava, jovem e habilidoso. Ele veio do Criciuma com uma lesão, só em maio de 2013 começou a fazer a parte física e entrar em campo. Em um elenco como o do Cruzeiro, com tanta opção de qualidade, isso acaba reduzindo as chances do jogador. Mas Alexandre Mattos garante que ele está nos planos para o ano que vem, tem contrato com o Cruzeiro até o meio do ano. Já foi adquirido um percentual dos direitos econômicos do jogador e tem prioridade para adquirir os direitos federativos e outro percentual do passe em julho de 2014. Houve várias oportunidades para que Lucca deixasse o clube, mas ele mesmo não quis sair, e nem o Cruzeiro liberaria. A intenção é que o Lucca fique no Cruzeiro por muitos anos.

O título brasileiro tem sabor ainda mais especial para nove jogadores: os goleiros Fábio e Rafael; os zagueiros Leo e Victorino (que não entrou em campo nesta temporada); o lateral-esquerdo Éverton, os volantes Leandro Guerreiro e Henrique; o armador Élber e o atacante Anselmo Ramon. Eles estavam na campanha que quase rebaixou o time em 2011. À exceção de Henrique, que ainda naquele ano foi para o Santos e voltou neste, todos foram do inferno ao céu nas últimas três temporadas.

Um dos mais experientes do elenco, Fábio sempre teve papel importante como líder, embora tenha criticado abertamente o grupo quando o clube passava por dificuldades. Outros jogadores, como Tinga e, mais recentemente, Júlio Baptista, foram importantes para manter a tranquilidade no vestiário e para Marcelo Oliveira trabalhar. Mesmo depois de outra derrota casual para o Flamengo por 1 a 0, no Maracanã, que custou a vaga nas quartas de final da Copa do Brasil, a equipe não se abalou. Líder desde a 16ª rodada, ampliou a vantagem até se tornar o time que conquistou o campeonato com maior antecedência na era dos pontos corridos (ao lado do São Paulo), na 34ª rodada.

Alexandre Mattos aponta a viagem para os Estados Unidos em junho de 2013 como o momento em que os jogadores se uniram e sentiram que formavam um elenco bastante forte. “É um grupo bem homogêneo de ideias, que se equilibrou muito. Eles se uniram muito na viagem, criaram um laço muito importante entre si. E as coisas foram acontecendo”, lembra. Então, houve uma pré-temporada durante todo o mês de janeiro e outra intermediária, no mês de junho. Este planejamento foi um dos segredos do sucesso.

E as coisas, realmente, aconteceram como foi planejado!



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